Título: Quando a Noite Fecha os Olhos
Autor: André Diniz
Artista: Mario Cau
Volumes: 1
Lançamento: 2015
Editora: Fanzine (publicação independente)
“Quando a lua fecha os olhos, só o que se vê é escuridão”.
Uma história onde um trauma passado, mágoas e cobranças misturam-se e martelam constantemente na cabeça de Camilo, um homem que tenta levar a vida antes que ela o leve.
Quando a Noite Fecha os Olhos é uma história nos moldes slice of life e com pitadas de drama.
Considerações finais – Analisando a obra como um todo
Arte: 10/10.
Gostei muito do estilo da arte, achei as cenas bem enfáticas naquilo que queriam retratar.
Todos os quadros são monocromáticos e mostram que o artista tem bastante domínio desse tipo de ilustração pois os quadros conseguem trazer detalhes e ao mesmo tempo serem sucintos (ou seja, sem imagens confusas que nos fazem parar para analisar o que foi desenhado).
Para mim o ponto alto mais alto são as cenas de chuva! Ficaram ótimas!
Roteiro: 8/10.
O conto tem um andamento rápido e diálogos bem curtos. É uma leitura fácil.
Num primeiro momento a leitura nos traz algumas dúvidas quanto ao que realmente está acontecendo. É uma abordagem bem sutil (e eu não irei explanar aqui para não dar spoiler e estragar a experiência de futuros leitores) e me deixou meio confusa sobre qual seria o problema pelo qual o protagonista estava passando. Depressão, imaturidade, não ter superado algo ruim… foram essas coisas que me passaram pela cabeça. Somente próximo do final, entendi do que se tratava.
Não ter deixado claro para o leitor qual é o ponto central da história logo de cara pode talvez ser frustrante para algumas pessoas. Por outro lado, é bem interessante atiçar a nossa curiosidade para tentar entender a raiz de todos os sentimentos que Camilo sentia – e acredito que esse foi o objetivo dessa narrativa.
História: 6/10.
A história é bem ok.
Mostra como um homem adulto lida com um trauma passado e as emoções que florescem após isso. Um história bem curta, não deu profundidade aos detalhes mas focou bastante força dos sentimentos.
A falta de detalhes deixou alguns pontos com uma interpretação pessoal.
O desfecho traz uma simbologia legal e então as metáforas do começo e meio da história passam a ter sentido.