Sound Novel, Visual Novel e Kinetic Novel.
Uma série de gêneros extremamente similares, que na maioria das vezes são tratados apenas pelo termo “Visual Novel”. Durante muito tempo, eu mesma pensava dessa forma, por não saber que haviam diferenças entre elas.
Nesse artigo irei explicar o que é cada uma! 🙂

Sound Novel

Otogirisou e o selo “sound novel”.

Pode-se dizer que a Chunsoft foi a responsável pela criação desse gênero. O termo surgiu com um jogo chamado Otogirisou, que foi lançado no dia 7 de Março de 1992 para Super Famicom. Sua caixa continha um pequeno desenho com o nome “sound novel”.
Devido ao sucesso que fez, o estilo foi replicado por outras companhias, tornando-se um gênero de jogo.

Koichi Nakamura (fundador da Chunsoft e diretor de Otogirisou) disse que o objetivo era criar um jogo acessível a pessoas que não sabiam como utilizar um joystick. Aproveitando o som estéreo do Super Famicom, Koichi resolveu fazer uma história onde pudesse criar uma profunda imersão enquanto o texto era lido pelo jogador.

Sounds novels focam na ambientação, trazendo imagens, sons e músicas enquanto o texto da história é exibido.
Ao contrário da visual novel, o texto exibido preenche a tela, sobrepondo as imagens. Essa estética é a principal característica que irá definir se um jogo é uma visual ou sound novel.
Ela pode possuir escolhas que afetam o andamento e/ou final do jogo ou ser linear (o jogador não toma decisões). Basicamente é um livro interativo.

Kamaitachi no Yoru, desenvolvido e lançado pela Chunsoft em 1994. Posteriormente recebeu uma localização em inglês e ficou conhecido como Banshee’s Last Cry

Kamaitachi no Yoru (Super Famicom), Radical Dreamers (Satellaview) e Game Book DS: Koukaku no Regios (Nintendo DS) são exemplos de sound novels.

Visual Novel

Também conhecida pela abreviação “VN”, visual novel é um gênero de jogo focado em narrativa.
Sua principal característica é que a história é contada através de diálogos, juntamente com um avatar do personagem que está falando, exibindo um background e enquanto uma música é tocada. É bem comum que visual novels tenham audio com vozes dos personagens.
Há visual novels que vão além da leitura e escolhas, e mesclam uma jogabilidade de point and click, dando liberdade ao jogador de interagir com o cenário, coletar itens, etc.

Raging Loop, visual novel desenvolvida e lançada pela KEMCO em 2017.

Seu surgimento foi após o lançamento de Otogirisou (citado acima).
O termo surgiu em 1996, quando uma empresa chamada Leaf lançou um jogo ero-guro chamado Shizuku. Esse termo foi utilizado em sua publicidade, como forma de enfatizar que o jogo tinha foco no visual, ao invés do som (de “sound novel”).

O termo visual novel é mais comumente usado no ocidente. No Japão, muitos jogos que chegam aqui como visual novel, são tratadas apenas como um adventure game. Lá esse termo não é utilizado como um gênero de jogo.

Ace Attorney: Phoenix Wright (GBA, Nintendo DS, PS4, Xbox One e PC), Raging Loop (PS4 e PC) e Spirit Hunter: NG (PS4 e PC) são exemplos de visual novels.

Kinetic Novel

Assim como a visual e a sound novel, a kinetic novel é focada em narrativa. No entanto, o jogador não tem interação nenhuma, além de avançar pela leitura da história e salvar/carregar seus saves.
É um jogo totalmente linear, podendo ter a estética de uma visual ou sound novel.

Higurashi When They Cry Hou (PC) e Nekopara (PC) são exemplos de kinetic novels.

Higurashi When They Cry Hou, desenvolvida pela 7th Expansion. É considerada uma sound e kinetic novel.

Independente do nome, um fato inegável é que esse tipo de jogo é bem de nicho e normalmente atrai um público que gosta muito de ler.
Cada vez mais visual novels indies são lançadas e fogem do estereótipo do traço de mangá, trazendo mais variedade e atingindo jogadores com perfis diferentes.

Se você gosta do gênero ou simplesmente não o conhecia e quer saber mais sobre, não deixe de visitar a nossa seção de análises de sound, visual e kinetic novels.

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