Título: Maus
Autor: Art Spiegelman
Artista: Art Spiegelman
Volumes: 2
Lançamento: 1987 (volume 1) e 1995 (volume 2)
Editora: Brasiliense

Em 2005, a história foi relançada pela Cia das Letras em um único volume.

Maus retrata as experiências de um judeu polonês durante a Segunda Guerra Mundial.
Nessa obra, os judeus são representados por ratos e os nazistas por gatos. Vladek Spiegelman narra sua vivência a seu filho, que tem o interesse em transformá-la em uma história em quadrinhos.

Considerações finais – Analisando a obra como um todo

Arte
A arte é extremamente simples e com vários pequenos quadros, como se fosse uma tirinha.
Raramente os personagens aparecem em uma posição onde suas bocas ficam visíveis, deixando a expressão de suas emoções totalmente focada em seus olhos e mãos. Fiquei muito impressionada em como isso foi bem trabalhado, até o momento nunca vi nada similar.

Todas as cenas são monocromáticas. No geral a leitura é fácil, mas em algumas cenas ficam meio carregadas e tornam a leitura menos clara.
Não espere ângulos diferentes nem drama nos enquadramentos, tudo nessa hq é bem simples (mas funciona bem!).

Achei interessante a metáfora por trás dos ratos (judeus) e gatos (nazistas), já deixa bem explícito quem é caça e caçador.
Outro ponto bem legal é que todos os diálogos foram escritos a mão na edição brasileira. Deu um tom bem tradicional a obra.

Roteiro
A história inteira é um retrato de Art Spiegelman visitando o pai e ele contando detalhes do que viveu durante a Segunda Guerra Mundial.
Há muitos diálogos. Muitos mesmo.

O andamento é o mais natural possível, inúmeras vezes tirando o foco da narração para comentar algo casual (um prato que quebrou, um comentário sobre alguém, etc). Isso trouxe uma dinâmica muito interessante, tudo me soou sincero e humano demais, parecia que eu estava apenas observando pessoas conversando.
No entanto, com o tempo esse tipo de narrativa fica cansativa. Eu pelo menos me senti bem cansada e demorei 3 dias para finalizar a leitura.
No final, só queria saber como tudo terminava, sem a mínima paciência para essas “enrolações”.

História: 10/10.
Por ser uma história biográfica, não tenho como avaliá-la sob a ótica de uma ficção. Aconteceu assim e ponto final. Até aonde coisas foram modificadas ou “romantizadas”, eu não tenho como saber.

Não é o tipo de leitura que recomendo a todos, ela é bem pesada e da metade do final bem chocante. É desgastante. Os relatos da vida dentro de um campo de concentração é algo muito triste.

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