Título: Helter Skelter
Autor: Kyoko Okazaki
Artista: Kyoko Okazaki
Volumes: 1
Lançamento: Jul/1995
Editora: Shodensha

Após diversos procedimentos cirúrgicos, Ririko se torna o modelo ideal de beleza feminina. Isso faz sua carreira decolar, fazendo trabalhos como atriz, cantora e modelo. Os holofotes são a sua paixão e todos querem ser como ela.
No entanto, manter-se na mídia torna-se cada vez mais difícil e para piorar a sua situação, efeitos colaterais de suas cirurgias começam a aparecer e seu corpo começa a se desfazer.

Helter Skelter é uma história de drama, que mostra muito bem a ganância do ego por fama, beleza e dinheiro. Uma história pesada de ser lida, que fala explicitamente sobre abusos psicológicos e egoísmo.

 

  • Helter Skelter 01

Considerações finais – Analisando a obra como um todo

Arte: 7/10.
O estilo de arte desse mangá é bem estranhão, eu particularmente achei feio.
Mas o que mais me incomodou é que a artista fez pouquíssima utilização de preenchimentos em preto, hachuras e películas, deixando toda a arte praticamente com traçados. A leitura de muitas cenas é confusa (principalmente nos últimos capítulos).

As expressões dos personagens são bem exageradas mas a simplicidade do traçado traz uma certa limitação as emoções transmitidas.
Os cenários são detalhados e os enquadramentos trazem bastante expressividade para a narrativa, isso gerou uma harmonia com estilo esquisitão da autora.

Roteiro: 5/10.
Dois motivos tornam a leitura desse mangá bem cansativa.
O primeiro dele é a quantidade de diálogos. Todo mundo fala demais e chega uma hora que isso enche o saco. Há momentos que há mais balões nas páginas do que qualquer outra coisa.
O segundo motivo é o tema abordado.

A história é pesada e eu particularmente achei incômoda. Uma série de abusos psicológicos acontecem e meio que todo mundo passa uma pano só porque a protagonista é famosa e bonita. O ego, a futilidade e a ganância humana é um aspecto presente em diversos momentos e não apenas na personagem principal.

Chega uma hora que isso começa a dar repulsa e a leitura vai ficando cada vez mais indigesta.

História: 8/10.
Eu gostei da história e o final dela é surpreendente num primeiro momento. Depois que eu parei para refletir e digerir tudo o que havia lido, o final me pareceu meio previsível.

Ririko faz absolutamente tudo o que é possível para ter o que quer. Ela é extremamente fútil e mimada, não sabe lidar com um “não”. Ela é manipuladora e totalmente egoísta.
Ela pratica diversos abusos com sua assistente (física, sexual e psicológica) desde o começo da história. Ela é imediatista e quer que tudo se resolva na hora. Em certos momentos, tudo isso me pareceu ser apenas um reflexo de um passado pobre somado ao uso de muitas medicações, mas olhando com mais cautela em outros momentos, percebe-se que ela é uma sociopata.

Por outro lado, vemos como a mídia tenta empurrar goela abaixo o que é sucesso, o que é ser feliz.
Em todos os momentos vemos como as mulheres são manipuladas para consumirem produtos de beleza e que felicidade é ter muito dinheiro.
A história também nos mostra o quão passageiro é a fama.

A pior parte de tudo é pensar que na vida real existe diversas pessoa como Ririko.
É um verdadeiro tapa na cara.

Eu não recomendo a história para pessoas sensíveis, acho que a leitura causará bastante mal-estar.
Mas falando como mulher, acho esse mangá super válido para revermos nossos valores (morais e físicos) dentro da sociedade. Mesmo sendo um quadrinho de 1995, tudo que é abordado nele permanece atual.

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