Desenvolvedor: ArtPlay
Distribuidora: 505 Games
Lançamento: 18/jun/2019
Live: https://www.microsoft.com/pt-br/p/bloodstained-ritual-of-the-night/9p9k78101lcw
Outras plataformas: PlayStation 4, Nintendo Switch e PC.
Por volta de 1700, um grupo de alquimistas resolvem evocar demônios pois temem que a humanidade perca completamente a sua crença no espiritual. Então fundem cristais mágicos em uma orfã chamada Miriam, para atrair esses demônios.
Porém, Miriam entra em coma e acaba se tornando inútil. Os alquimistas a trocam por Gebel e conseguem concluir sua missão.
Gebel sobreviveu ao ritual e vingou-se dos alquimistas, destruindo sua guilda. 10 anos depois, Miriam desperta do coma, mas o mundo não é mais o mesmo… a guilda dos alquimistas transforma-se em um castelo e é aí que a aventura começa!
O jogo foi produzido por Koji Igarashi, conhecido por produzir Castlevania Symphony of the Night (e vários outros jogos dessa franquia) e criar o gênero que hoje conhecemos como metroidvania (um estilo de jogo que mistura o sistema de mapa e exploração do Super Metroid com Castlevania, e adiciona um sistema de evolução de níveis para o personagem principal. A grosso modo, é basicamente um jogo de plataforma mesclado com rpg).
Considerações finais – Analisando o jogo como um todo
Gráficos: 8/10. Confesso que eu estranhei um bocado o estilo 2,5D do jogo. Ficou ruim? Não, na verdade ficou bem legal em algumas partes, pois quebra a linearidade dos planos de um jogo 2D. Mas eu faço parte da galera pau no cu nostálgica, que não só ama pixel art mas também o Castlevania Symphony of the Night e a trilogia de Game Boy Advance e Nintendo DS, então para mim esse tipo de arte traria um gosto especial ao jogo.
Eu gostei da modelagem dos personagens, mas achei a seleção de cores de alguns cenários muito similar uma com a outra, em especial a cor azul, que é usada exageradamente na maioria dos cenários.
UI e HUD: 8/10. A primeira vista, as opções do jogo me lembraram muito uma UI de jogo padrão de RPG Maker. É tudo fácil de entender, mesmo havendo muitas coisinhas para ver/customizar, mas eu achei o design feio (mas a fonte com serifa super combinou com o game! hahaha).
Também não gostei do outline vermelho, em volta da Miriam, na barra de hp. Ficou brega!
O jogo tem bastante conteúdo e o modo como cada coisa foi caracterizada e dividida ficou ótimo.
Ao abrir o mapa, é possível expandi-lo e marcar áreas que você acha importante. Isso ajuda bastante a lembrar aonde podemos voltar ao conseguir uma skill específica (pulo duplo, por exemplo).
Trilha Sonora e sons: 10/10. Trilha sonora e dublagem maravilhosas!
Eu joguei o jogo inteiro em japonês e adorei!
As músicas estão incríveis e me lembraram muito o Castlevania Order of Ecclesia, as composições ficaram com a mesma pegada.
Jogabilidade: 7/10. A jogabilidade é bem fluída e de fácil adaptação. Ao matar alguns inimigos, eles dropam shards. Essas shards transformam-se em uma habilidade específica, que pode ser utilizada conforme a preferência do jogador (é exatamente igual ao sistema de almas que o Soma absorve no Arria e Dawn of Sorrow). Gosto muito desse tipo de sistema, pois podemos usar as habilidades que temos mais facilidade e/ou achamos mais úteis.
O level design de cada área do mapa está bem equilibrado mas infelizmente não digo o mesmo dos bosses. A grande maioria está bem fácil e quase todos esses eu matei na primeira ou segunda tentativa. Padrões de ataques e movimentos mais complexos teriam deixado o jogo mais desafiador e consequentemente mais interessante.
Assim como no Castlevania Order of Ecclesia, o jogo possui side quests. Ao finalizar uma side quest, você é recompensado com um item.
É uma ótima maneira para espairecer a cabeça sem perder o interesse no jogo, ainda mais quando você está travado em alguma parte ou quer simplesmente ficar farmando.
A aparência da Miriam é customizável e isso foi uma das coisas que mais gostei! Você pode mudar o corte e a cor do cabelo, olhos e vestido.
Ao equipar alguns itens, a aparência dela também muda!
Gostei muito das criaturas que foram selecionadas para serem inimigos. A cada nova área, ficava reconhecendo os inimigos que já haviam aparecido em algum Castlevania. A famosa Medusa Head foi substituída por um inimigo chamado Dullahammer Head. Bem interessante como criaturas tradicionais do Castlevania foram facilmente substituídas, isso mostra bem como o Igarashi conseguiu adaptar um novo universo a suas ideias tradicionais.
Para a minha tristeza, não teve nenhuma Diplocephalus/Amphisbaena. 🙁
Infelizmente me deparei com alguns bugs bem minor durante a jogatina (por exemplo, quando eu mato um inimigo e ele está muito próximo a parede, não é possível pegar o item dropado), alguns slowdown (meu Xbox é o primeiro modelo, mas isso não é desculpa para o jogo não ter sido bem otimizado) e um crash (minimizar o jogo na área do Johannes, retornar ao jogo e sair dessa área do mapa, causa um crash).
Faltou um pouco de polimento no produto, nenhum desses problemas são impeditivos (com exceção do crash) mas afetaram a minha experiência jogando.
O jogo possui inúmeras referências a vários Castlevania e uma das que mais gostei foi a área em 8 bits!
Vale lembrar que o nome desse Bloodstained por si só já é uma baita referência.
Fator replay: 10/10. Além de completar os achievements, você também pode começar um novo jogo com outro personagem e jogar no modo Boss Rush (no qual você enfrenta os bosses do game em ordem sequencial).
Não tem como não querer jogar isso de novo!