Título: A Condessa Vermelha, Erzsébeth Bàthory
Autor: Leopold von Sacher Masoch (adaptação de J. M. Lo Duca)
Artista: George Pichard
Volumes: 1
Lançamento: 1985
Editora: Martins Fontes
Essa hq é baseada na história da condessa Elizabeth Bathory, uma mulher que realmente existiu no século XVI e tornou-se conhecida por banhar-se com o sangue de jovens virgens. Além dessa prática “peculiar”, há relatos históricos dizem que ela costumava torturar suas servas. Estima-se que foi responsável pela morte de aproximadamente 600 garotas.
Voltando para a história em quadrinhos, George Pichard deu vida a esse conto, mesclando um erotismo bem soft com um pouco de terror.
Apesar da história ser curta (dá para matar em uns vinte minutos), a obra é digna de leitura e uma ótima introdução a aqueles que nada (ou pouco) conhecem de quadrinhos eróticos.
Considerações finais – Analisando a obra como um todo
Arte: 9/10.
Um traço realista, preenchido com hachuras e pontilhismo. Ótimo não apenas para ser apreciado mas também para referências de estudos, pois exemplifica perfeitamente o conceito de “menos é mais”.
A única coisa que me incomodou foi a expressão de dor dos personagens em algumas cenas, ficaram meio estáticas, sem emoção.
As cenas de torturas são bem detalhadas, mas não chegam a ser pesadas, então não se preocupem em cruzar acidentalmente com gore.
Não há quadros ilustrando cenas de sexo, tudo são apenas insinuações leves (mas muito bem feitas, isso de forma alguma estraga a história).
Roteiro: 7/10.
O andamento da história é ótimo, sem enrolações. A história possui diálogos curtos mas que retratam muito bem o âmago de cada personagem (a bissexualidade da condessa é uma dessas coisas), e que são bem encaixados entre os trechos de narração.
Não houve ênfase nas cenas de sexo nem de tortura, muito menos no psicológico da Condessa Bàthory. Eu particularmente achei isso bem ruim, pois para mim não ficou muito claro se o objetivo era só contar de forma sucinta sobre os feitos de crueldade da condessa ou atiçar o imaginário do leitor.
História: 8/10.
A história é curta, o que reflete em sua total falta de profundidade. Quando você pensa que as coisas vão esquentar, a história chega ao fim. Ao meu ver, o erotismo em quadrinhos deve instigar o leitor, brincar com sua curiosidade ao mesmo tempo que o induz a querer saber cada vez mais sobre o desfecho da história. O final foi bem abrupto, deixou um gostinho de quero mais. :/